O supremo Deus.

Ouvindo: Cagar é bom by Língua de Trapo.



Depois de muito pensar sobre a existência de Deus, cheguei a conclusão de que Ele realmente existe. Existe, é brasileiro e está entre nós.
Parece improvável que Deus se detenha em querer aqui ter conosco, ainda mais sendo-nos tão pouco desenvolvida a cultura e a economia, parece-me mais certo ir para a Europa, ou para o berço da humanidade. Mas como dizia Seu filho, ou ele mesmo, segundo a igreja, aliás, essa é uma dúvida que esclarecerei mais adiante, antes, o quê ele disse: “Bem aventurados os fracos, porque eles herdarão o reino dos céus.”
Pra chegar a tal conclusão (no caso a existência de Deus) parti de máximas populares, pois a voz do povo é voz de Deus, e essas frases foram chegando a mim como um turbilhão; “Para Deus tudo é possível, porque Deus tudo pode” “Deus é brasileiro”, “Deus dá o cobertor conforme o frio” e assim fui me convencendo de que Ele realmente existe.
Tentei de qualquer forma usar de subterfúgios para afastar de minha frente o que já estava claro.
Parti então para religião católica e todas as suas contradições, lá eu estaria seguro. Não haveria como uma crença monoteísta que proíbe o culto a semi deuses explicar como seu Deus se desdobra em três, sendo um seu filho, que possui poderes sobrenaturais, portanto um semi deus, o outro uma pomba, que simboliza a vida, talvez a maior incongruência, pois já é sabido que os pombos são transmissores de mais de cem tipos de doenças.
Eu estava a salvo, meu ceticismo estava intacto. Porém, e sempre existe um porém, me veio à mente, tomando-a de assalto, a Dialética da Boa Vontade, que a anos é preconizada por Paiva Neto, o presidente da Legião da Boa Vontade, uma dialética que consiste basicamente em ter boa vontade para esse tipo de crença (não vou aqui me alongar nos pormenores da Dialética da Boa Vontade por ser esse um espaço curto, mas quem quiser conhecer essa dialética entre em contato conosco e indicaremos uma vasta bibliografia sobre o assunto). Bom, vi-me novamente sem chão diante de tão esclarecedora ciência. Desisti de lutar e aceitei a Sua existência. Meu dilema agora era provar a indivíduos que são como eu era, provar Sua existência e indicar Seu paradeiro.
Novamente comecei minha investigação pela sabedoria da plebe e embasado na Dialética da Boa Vontade (que todos lembram em que consiste) e na lógica aristotélica. Parti, com muita boa vontade, das primeiras premissas “vulgares”, tais como: “ Deus criou o homem a sua imagem e semelhança” “Deus é o todo poderoso e tudo pode” (redundante mas tudo bem) é brasileiro, homem, branco e dos olhos azuis* é uma pomba também e acima de tudo é justo. As segundas premissas são, Deus tem a forma de um homem, esse homem tem poderes inexoráveis e tudo pode (redundante outra vez), é brasileiro, tem os olhos azuis, é uma bomba, ou ao menos tem uma extensão em formato de pomba, é plural, e lembrado que na língua portuguesa existe um paradigma de que todo substantivo plural termina em s, (isso sem lembrar as desinências latinas que deram origem ao plural de nossa língua materna), logo, Deus é Roberto Justus.
Pensem comigo, Roberto é brasileiro, é o todo poderoso de um programa televisivo que ensina a viver em um mundo moderno e cruel, tem os olhos azuis, é homem (Galisteu, Eliana...) tem uma pomba pousada e descansando em cima de seu escalpo, e seu nome, Roberto, precede seu maior adjetivo, Justo, e no plural latino, no caso genitivo (aquele que tem justiça) logo ele é mais de um! DEUS.

* Lembrem-se de que Jesus, apesar de ter nascido no Oriente Médio, contrariando as leis biológicas, era loiro e de olhos azuis.

Rapha, Sérgio e Tiago (sem H).