Lust for life

Leia sempre o texto Lust for life, que é nosso primeiro post, antes de participar.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Vinho e chocolate.

Os dois se encontrariam na rodoviária. Depois de horas a fio de um papo bom e imaginação fértil. Ele iria em busca do tempo perdido. Ela, pra perto do coração selvagem. Ambos iludidos procurando cada um deles e pensando sacagem. Trocando cartas e iventando baralhos. Bebendo sonhos e arrotando poesias.
O ônibus poderia atrasar. Pensou que se fosse de trem seria mais romântico. E se o filha da puta não vier? E se aquela vaca não aparecer? Ouvia jazz. Charlie parker talvez. Não sabia distiguir. Achava legal gostar de jazz. Ela iria. Certamente. Mulher é curiosa. Ele contava a grana . queria Ter certeza de que não iria fazer feio. E se ela quisesse ir num desses lugares de bacanas. Que vá pras picas, oras!pensou. Ela quer leva-lo num boteco fudido, tomar pinga e falar de arte para impressiona-lo. Ele vai. Já está na estrada. Deu o cano no trabalho. Fez um empréstimo pessoal. E está querendo mais é que se foda. O onibus vai parando e não chega nunca. Ela queria chegar depois. Não queria parecer atirada. Será que eu dou no primeiro encontro? E se ele for feio de perto? E se ele for feio mas trepar bem.?Parece bem espertinho. Inteligente eu não diria. Ela deve ser neurótica. Mulheres escritoras que pensam demais acabam neuróticas. Ele fala cada coisa... e eu estou querendo mais do que palavras. Quer saber? Não vou ficar aqui esperando. Ele deve é ser um tremendo de um sacana. Tem pinta de sacana. Deve ser é um cuzão de um viado que não tem pau. Ela desiste depois de esperar pelo atraso do acaso. O maldito onibus que não chegava
Meia hora depois estaciona na plataforma 23. Ele estava babando na poltona 32 . salta com os olhos pregados e ofuscados pelas luzes do terminal. Procura no bolso da jaqueta surrada por um marlboro. Acende e sai olhando para todos os cantos e nem sinal da dita cuja. Ela vai voltando pra casa. Assustada. Arrependida por Ter ido. Com remorso por Ter esperado tanto. E ter feito papel de idiota. E arrependida por não Ter esperado mais. Quem sabe não se atrasou? Será que não seria demais voltar até lá? Ele já entediado e puto da vida por Ter ido tão longe por uma bucetinha pensante. Se mete numa birosca e começa encher a cara de conhaque barato.
Se envolve com uns sujeiras e sai na porrada com um malandro. E bem na hora do sapeca iá iá cai não mão dos samangos que estão no apetite de curar vagabundo na sova. Leva um pau dos canas e dorme na gaiola pra aprender a ficar pianinho em terreiro dos outros. Ela anda duas quadras rumo a rodviaria . preciso arriscar porra. Desse jeito não desencalho. Pensa. Ele esta fudido. Não conhece ninguem naquela porra de cidade grande. Esta fudido. Sujo. Todo torto. Levou um pau dos sucuris. Um belo chute nos grãos da moça. Teria que ligar pra mamãe o nosso Dom juan do mato. Ela desvia o caminho. Está tocando um blues do cazuza no rádio. Ela vai acelerando até o super mercado e quase bate no estacionamento. Chora. Ele se fudendo sozinho na porra daquela cela até o sol nascer quadrado esperando pelo induto e a grana da coroa para ganhar a rua no outro dia e dar o fora dali. ela vai se arrastando até a prateleira de doces e enche a sacola de cholates finos. Apanha uma garrafa de um bom vinho do porto. Passa pelo constragimento das relaçÕes humanas na fila do caixa. E Sai de cabeça erguida tentando esboçar no semblante alguma dignidade. Pensa consigo mesma. Tenho bom gosto. Ele consegue a ligação. Leva uma dura da velha que manda a grana que irá libera-lo após os procedimentos de praxe. Sai cabisbaixo da delegacia. Puto da vida. E pensa consigo. Eu estou fudido. Ela vai para seu apartamento. Ele para a casa da mamãe. Ela se entope de vinho e chocolate. Ele se tranca no banheiro e bate uma punheta pensando na diaba.

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3 Comments:

  • At 6:16 PM, Blogger Lu M. said…

    desencontros & desencontros.

    coitado do cara.
    moça fia da puta...

     
  • At 8:28 PM, Anonymous Anônimo said…

    ...não que houvesse fotografias ou qualquer coisa de muito concreto - certamente havia o concreto em algumas roupas, uma escova de dentes, alguns discos, um livro: as miudezas se amontoavam pelos cantos. Mas o que marcava e pesava mais era o intangível...

     
  • At 1:42 PM, Anonymous Anônimo said…

    Great!!! A arte imita a arte!

     

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