Lust for life

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segunda-feira, dezembro 04, 2006

À Ruiva do Paraíso...

Ainda em minha memória permanece os resíduos daquele dia em que, ao me ver no Paraíso, tivemos nosso primeiro contato. O meu primeiro contato. Toda a inquietação, toda a paralisação dos meus sentidos que esvairam segundo a segundo. Se deparar com o Belo nos remetesse a uma epifania sobre a aceitação de Deus. Neste dia fui seu mais novo devoto.
Meus sentido... diferentemente da paixão que nos adormece, o Belo nos "empedra". Ela, minha Medusa de serpentes incandescentes.
Me encontrava a caminho da Augusta, iria ver um filme com uma amiga. Ao aproximar-me do trem para fazer a baldiação a vejo. Sem que ela percebesse entramos no mesmo vagão.Ficamos em pé lado-a-lado. Eu paralisado. Só tinha olhos para ela. E só tinha pensamentos para mim...um "olá" era tudo o que eu desejei de minha língua naquele momento.
Sua pele era branca, como se o Sol nunca tivesse tido o poder e dourá-la. Escondia-se atrás de uma nuvem. Seus seios...eram...inquietantes.
Sim... que minha Ruiva me transformasse em pedra, ou pó. Olhei, por um momento a mais do que o necessário, para seu corpo, para seus cabelos, para sua cintura... explorei cada detalhe de seu corpo de bailarina e, nesta exploração sua barriga me entregou a cor de sua lingerrie... Ahhh que barriga.
Esquadrinhada desde o ventre seguindo uma simetria exata de ventre-e-barriga. Nunca fiquei tão perto do belo e do Paraíso ao mesmo tempo. MInha Bailarina da caixinha de músicas.
Fiquei imóvel. E imóvel permaneci até me ver nas Clínicas...Ela não desceu... Quanto a mim fui do Paraíso à Clínicas em menos de 10 minutos...

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